MENU PRINCIPAL

Independência da Grécia

Independência da Grécia – É um post sobre uma data muito importante para o povo grego.A guerra de independência da Grécia (1821–1829), também conhecida como a Revolução Grega (em grego: Ελληνική Επανάσταση, transl. Elliniki Epanastasi), foi uma guerra promovida pelos gregos com o intuito de conquistar a independência da Grécia contra o Império Otomano.

Independência Na Grécia
Independência Na Grécia

Após o longo período de conflito e com a ajuda das Grandes potências, a independência foi finalmente garantida por meio do Tratado de Constantinopla em julho de 1832.O povo grego foi o primeiro a adquirir o estatuto de Estado soberano frente ao Império Otomano. O aniversário do dia da independência (25 de Março 1821) é um feriado nacional na Grécia.

Independência na Grécia

A queda de Constantinopla em 1453 e a subsequente queda de Trebizonda (Grego: Trapezous ou Trapezounda) e Mistra, em 1461, marcaram o fim da soberania grega por praticamente quatro séculos. O Império Otomano passou a controlar toda a Grécia, com a exceção das ilhas Jônicas e a península de Mani , após as conquistas dos territórios remanescentes do Império Bizantino com o passar dos séculos XIV e XV.

Independência da Grécia – desfile nas ruas de Atenas

Apesar de os gregos terem preservado a cultura e as tradições, principalmente por meio da Igreja Ortodoxa Grega, eles foram um povo submisso e sem direitos políticos básicos. Entretanto, nos séculos XVIII e XIX, com o crescimento do nacionalismo revolucionário por toda a Europa, inclusive na Grécia (em larga medida, devido à influência da Revolução Francesa), o poder do Império Otomano estava declinando e o nacionalismo grego começou a afirmar-se.

Independência da Grécia – desfile nas ruas de Atenas

A causa grega começava a obter apoio, não apenas dos filelenos ocidentais europeus, mas também dos muitos mercadores gregos espalhados pela Europa Ocidental e pela Rússia, que prosperaram com a guerra russo-turca de 1768–1774 e o Tratado de Küçük Kaynarca, que permitiu a navegação dos mercadores gregos sob bandeira russa.

Independência da Grécia

A Revolução Grega não foi um evento isolado. Houve numerosas tentativas de recuperar a independência durante o período de ocupação otomana da Grécia. Em 1603, houve uma tentativa na Moreia (Peloponeso) de restaurar o Império Bizantino.

Independência da Grécia – desfile nas ruas de Atenas

Durante o século XVII, houve grande resistência contra os turcos no Peloponeso e outros lugares, como fica evidenciado nas revoltas lideradas por Dionísius, em 1600 e 1611 no Épiro. O controlo otomano sobre a Moreia foi interrompido durante o período em que Veneza tomou o poder da península, entre a década de 1680 e a reconquista otomana em 1714-1715.

Independência da Grécia – desfile nas ruas de Atenas

A província permaneceu em agitação desde então, pois com o decorrer do século XVII, os bandos de kleftes multiplicaram-se. A primeira grande revolta foi a revolta de Orlov nos anos 1770, que, apesar apoio russo, foi esmagada pelos otomanos. A península de Mani, na região sul do Peloponeso resistiu continuamente ao domínio turco, gozando de algum grau de autonomia e derrotando muitas incursões turcas na região. A mais famosa delas foi a invasão otomana de Mani.

Independência da Grécia

No mesmo período, alguns gregos usufruíram de posição privilegiada no Estado Otomano como membros da burocracia otomana. Gregos controlavam as questões da Igreja Ortodoxa e do Patriarcado Ecuménico, baseado em Constantinopla, e o alto clero da Igreja Ortodoxa sempre foi dominado pelos gregos. Desta maneira, com o Millet otomano, a hierarquia predominantemente grega na Igreja possibilitou-lhe o controlo sobre os assuntos relativos à ortodoxia.

Desfile pelas ruas de Atenas

Do século XVIII em diante, fanariotas gregos assumiram cargos cada vez mais prestigiados no governo do Império Otomano.O mais influente desses escritores e intelectuais, que ajudou a moldar a opinião pública dos Grécia, tanto interna quanto externamente ao Império Otomano, foi Rigas Feraios. Nascido na Tessália e educado em Constantinopla, Feraios publicou um jornal em idioma grego, o Efimeris, em Viena na década de 1790.

Independência da Grécia – desfile nas ruas de Atenas

Fortemente influenciado pela Revolução Francesa, publicou uma série de panfletos revolucionários e propôs uma constituição republicana para os gregos; posteriormente, também para nações balcânicas. Preso por oficiais austríacos em Trieste no ano de 1797, foi entregue a oficiais otomanos e transportado para Belgrado, junto com colegas conspiradores. Foram todos estrangulados até a morte e seus corpos atirados no Rio Danúbio (junho de 1798). A morte de Feraios insuflou o nacionalismo grego. Seu poema nacionalista, o thourios (em grego: canção de guerra), foi traduzido em diversos idiomas da Europa Ocidental, posteriormente, em línguas balcânicas. Serviu como um cântico nacionalista aos gregos frente ao domínio otomano.

Independência da Grécia

Nas escolas-“Καλλιῶναι μίας ὥρας ἐλεύθερη ζωή, παρὰ σαράντα χρόνοι, σκλαβιὰ καὶ φυλακή.”-“Antes uma hora de liberdade do que quarenta anos de serventia e cárcere.”Um dos trechos do poema de Rigas Feraios. Desde pequenos os gregos aprendem a amar e a respeitar a bandeira grega. tirada das comemorações do dia 25 de Março nas escolas da Grécia.

Independência na Grécia
Independência na Grécia

Kleftes e Armatoli :Os kleftes (Κλέφτες) e os Armatoli(Αρματολοί) tiveram uma importância crucial para a revolução grega. Após a conquista da Grécia pelos otomanos no século XV, muitas das tropas gregas restantes (forças bizantinas regulares, milícias locais ou mercenárias) precisaram de se integrar ao exército otomano na forma de janízaros, ou servir a exércitos privados de notáveis locais otomanos ou trabalhar por conta própria.

Desfile pelas ruas de Atenas

Sob tais circunstâncias, muitos gregos, com o desejo de preservar suas identidades culturais, de manter a religião cristã-ortodoxa e a independência, escolheram o caminho do banditismo. Muitos dos que escaparam partiram para as montanhas e formaram milícias independentes, passando a ser chamados de kleftes. Já os que preferiram servir os otomanos ficaram conhecidos por armatolos, mas havia muita alternância entre os dois grupos.

Desfile pelas ruas de Atenas

Com o tempo, os otomanos passaram a ter muita dificuldade de distinguir os armatolos dos kleftes. Tais grupos começaram a estreitar as relações e a criar uma identidade étnica comum. Essa empatia fundamentava-se nos sentimentos mútuos de repulsa à ocupação estrangeira. Muitos armatolos pegaram em armas contra os turcos no deflagrar da revolução. Entre eles, estavam: Odisseas Androútsos, Georgios Karaiskakis, Atánasios Diakos e Markos Bótsaris.

Missa na Igreja Ortodoxa

Preparativos para a revolta: Em 1814, três mercadores gregos, Nikolaos Skoufas, Manolis Xantos, e Atanásios Tsakalov, inspirados pelas ideias de Feraios e influenciados pela Carbonária italiana, fundaram uma organização secreta, a Filiki Eteria (“Sociedade dos Amigos”), em Odessa, um centro importante de mercadores da diáspora grega. Com o suporte de exilados gregos na Grã-Bretanha e Estados Unidos e com a ajuda de simpatizantes da Europa Ocidental, eles planearam a rebelião. O objetivo básico da sociedade foi de reviver o Império Bizantino, com Constantinopla como capital, em vez da formação de um Estado nacional.

Desfile nas ruas de Atenas

No início dos anos 1820, Ioánnis Kapodístrias, um oficial das Ilhas Jónicas que se tornou Ministro das Relações Exteriores da Rússia, foi indicado para ser líder da Sociedade, mas recusou a oferta. Os filikos (membros da Filiki Eteria) então recorreram a Alexander Ypsilantis, um fanariota que serviu o exército russo como general e assistente do czar Alexandre I, que aceitou.A sociedade cresceu rapidamente, aliciando membros em diversas regiões povoadas por gregos.

Desfile nas ruas de Atenas

Entre eles estavam personagens que assumiriam papéis importantes durante a guerra, como Teodoros Kolokotronis, Odisseas Androútsos e Papaflessas. Em 1821, o Império Otomano estava ocupado numa guerra contra a Pérsia e com a revolta promovida por Ali Paxá no noroeste da Grécia. Enquanto isso, as Grandes potências, aliadas sob o “Concerto da Europa”, em oposição às revoluções decorrentes do período de Napoleão Bonaparte, estavam preocupadas com revoltas na Itália e na Espanha. Foi sob este contexto que os gregos decidiram mobilizar-se para uma revolta.As revoltas foram promovidas em três lugares primeiramente: o Peloponeso, os Principados do Danúbio e Constantinopla.Em 22 de Fevereiro de 1821, Alexandros Ipsilantis e muitos outros oficiais gregos do exército russo cruzaram o rio Prut na Moldávia. Considera-se essa data como representativa do início da insurreição.

Independência da Grécia

Filelenismo: Por causa da influência grega do período clássico, havia muita simpatia pela causa grega por toda a Europa. Muitos aristocratas dos Estados Unidos e da Europa Ocidental, como o poeta Lord Byron, pegaram em armas e se juntaram aos revolucionários gregos. Outros financiaram a revolução. O historiador escocês e fileleno, Thomas Gordon, participou da luta revolucionária e escreveu posteriormente, em língua inglesa, as primeiras histórias sobre a revolução grega. Lord Byron foi um importante fileleno inglês, que faleceu durante a revolução grega.Assim que a revolução começou, as atrocidades otomanas tiveram ampla divulgação na Europa e elevaram a simpatia pela causa grega na Europa Ocidental. Por outro lado, os governos do Reino Unido e da França suspeitaram por certo tempo de que a revolta tenha sido arquitetada pela Rússia, com o objetivo de tomar a Grécia (e possivelmente Constantinopla) dos otomanos. Os gregos se encontravam incapazes de estabelecer um governo estável nas áreas controladas e logo se envolveram em brigas internas.

Desfile pelas ruas de Atenas

Os conflitos entre gregos e otomanos continuaram até 1825, quando o sultão Mehmet Ali requisitou a ajuda do Egito, o seu Estado vassalo mais forte da época.Na Europa, a revolução grega adquiriu ampla simpatia do público, mas pouca por parte das Grandes potências. A Grã-Bretanha apoiou a insurreição de 1823 em diante a partir do momento que ficou clara a fraqueza dos otomanos, apesar dos russos procurarem limitar a influência britânica sobre os gregos. Lord Byron passou certo tempo na Albânia e na Grécia coletando fundos e suprimentos (incluindo a provisão de muitos barcos), mas faleceu de febre em Mesolongi em 1824. A morte de Byron teve repercussão pela Europa e adicionou maior apoio à causa grega. Isso finalmente levou as potências ocidentais a intervir diretamente no conflito.

Até a próxima! 🙂

Compartilhe:

Quem Escreve

Me chamo Virna Lize, fotógrafa e blogueira, mudei para a Grécia em 2008 e criei o blog para dividir com vocês minhas experiências pelas terras helênicas, pra que possam conhecer não apenas o tradicional, mas também o inusitado do local. Aqui vocês encontrarão dicas de viagens, histórias dos lugares mencionados e ainda serão contemplados com magníficas imagens (de minha autoria) desse encantador país que hoje é meu lar.

Ensaio Fotográfico na Grécia

Eternize momentos únicos com um dos cenários mais belos do mundo!

Vamos agendar seu ensaio?

Fale comigo!
CONTATO
Acrópoles de Atenas

O que ver em Atenas

O que ver em Atenas é um post contendo dicas para você aproveitar o máximo desta cidade rica em beleza e história. Atenas, a capital

LEIA AQUI »
Creta

Dicas de restaurantes em Creta

Creta é uma ilha grega conhecida por sua rica tradição gastronômica, e não faltam opções de restaurantes encantadores para explorar durante sua estadia. Com uma fusão de sabores frescos, ingredientes locais e técnicas culinárias únicas, os restaurantes em Creta oferecem uma experiência gastronômica inesquecível.

LEIA AQUI »

7 respostas

  1. A Grécia é um estado moderno que nasceu de um parto natural bastante traumático e incompleto , e explico , a maioria dos países modernos primeiro estabeleceram estado e depois construíram uma consciência de identidade étnica , com a Grécia foi diferente , em certa medida guarda muitas semelhanças com Israel , os gregos são um povo muito antigo , com uma identidade muito nitida , mesmo durante o período mais trevoso da ocupação otomana cuja consequência mais nefasta foi a desestruturação total da educação , surgem pessoas como El Grecο , ninguém na Espanha se referia a ele como El Turco ou El Vêneto simplesmente porque ele era “O grego” , então os gregos primeiro forjaram a ferro e a fogo sua identidade ao longo de quatro milênios , tiveram contato com muitos povos , aprenderam com os outros povos , são plásticos o suficiente para se integrarem de maneira harmônica em qualquer parte do planeta e contribuírem em todas as sociedades em que se inseriram e ainda assim , sem perturbar conseguem preservar sua essência cultural de maneira simpática . O parto do nascimento do estado grego moderno foi natural , em território natural , mas foi muito traumático , e incompleto , não libertamos ainda a nossa antiga capital , nem a Jonia (a costa da Ásia Menor) e nem a costa sul do Mar Negro , terra de Diógenes o mais conhecido dos filósofos cínicos , foi uma guerra para alguns e uma revolução armada outros e marchas da morte e genocídio principalmente para os gregos do Mar Negro cem anos mais tarde . Ninguém entre os gregos se refere ou se referia ao período de administração romana como opressor pela simples razão que os romanos nos venceram militarmente e nós os civilizamos , nós não impusemos nada a eles pela força mas nossa língua e nossa cultura foi assimilada por eles porque eles viram que era bom para eles . Com os turcos não foi assim . Ao invés deles desfrutarem das quatro universidades existentes em Constantinopla , eles não só fecharam três , como as destruíram , somente deixaram a faculdade de teologia do Fanari , em Constantinopla , para daí sair o patriarca determinado pelo sultão como representante das populações cristãs . Usurparam muitas das nossas igrejas e catedrais convertendo-as em mesquitas , e as vezes até em estrebarias , isso acontece até hoje , o presidente da Turquia Erdogan o ano passado converteu novamente para mesquita a catedral de Santa Sofia que por mais de oitenta anos estava no status de museu , e é só procurar na internet para ver anúncio de venda de propriedades rurais na Turquia em que a estrebaria é alguma igreja , e o anunciante destaca o fato para valorizar a propriedade . A imprensa foi descoberta no século XVI , todas as tentativas dos gregos de criar editoras para impressão de livros foram proibidas e as instalações destruídas , eles só assimilaram nossa música e nossa culinaria . A educação não era um direito , era uma conceção temporária da autoridade otomana mediante pagamento de imposto , por isso que poucas escolas havia funcionando de maneira regular e isso só em grandes centros urbanos como Tessalônica , e nas áreas rurais as poucas escolas que existiram eram clandestinas e secretas e como não havia nem professores , nem recursos para paga-los , as aulas eram ministradas pelo único alfabetizado da região que era algum clérigo e mais comumente um monge de algum mosteiro da região . Os poucos livros gregos que havia , eram impressos em Veneza ou nas ilhas do mar Jonio , fora da jurisdição otomana . Depois desta burrice cultivada por quatro séculos , eu creio que a maior conquista grega após a criação do estado moderno , é a Grécia ser hoje um dos países com os menores índices de analfabetismo no planeta , é um bom começo para os primeiros duzentos anos de renascimento .

  2. Giassou Virma

    Parabéns ! O seu resumo da HISTORIA DA INDEPENDÊNCIA GREGA será encaminhado para meus 3 filhos com uma missão de divulgar para meus netos,o orgulho de ser um descendente Grego.

    Jean Georges Andrikopoulos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *