Creta, a ilha do Minotauro, é dessa forma que sempre conheci essa ilha. Minha vontade em conhecer Creta é antiga, mas por ser uma ilha bem distante e grande, acabava deixando para depois.
Resolvemos de última hora conhecer a ilha do Minotauro, foi uma viagem rápida, de apenas quatro dias e Creta merece muito mais que esses dias, mas era o que tinha que ser, pois estava com a minha agenda apertada, muitos serviços e viagens me esperavam em Atenas.
Saímos às 22hs do porto de Pireus e chegamos às 6hs da manhã no Porto de Chania, mas valeu pelo visual, lá fora o amanhecer em Creta, com a mistura das cores e o bater da bandeira grega, estava fascinante!
Primeiro dia:Fomos conhecer a bela cidade de Chania e apesar de ter sido bombardeada na Segunda Guerra Mundial, Chania é considerada a cidade mais bonita de Creta, especialmente o seu porto e farol venezianos do século XV. Muitos dos antigos edifícios foram restaurados como hotéis, lojas e bares.
Nos últimos anos a cidade tornou-se o destino mais procurado no setor turístico. A cidade tem vários museus interessantes, entre eles o museu arqueológico, o museu naval e o museu da escola grega. Em 1913 foi inaugurado o edifício do mercado, baseado no mercado de Marselha.
A fortaleza Veneziana fica a oeste e foi nomeada como Firkas, palavra turca que significa “quartéis”. Atualmente abriga o Museu Marítimo de Chania. Esta fortaleza é conhecida como Libertação de Creta, a bandeira foi levantada sobre a fortaleza, uma vez que a Creta tinha sido proclamada república autônoma (1897 d.C). O Rei Constantino levantou a bandeira grega, em dezembro de 1913, para celebrar a união da Creta com a Grécia.
Farol de Chania: Este pequeno farol está localizado no final da parede do porto de Veneza, e do qual se tem uma bela vista da costa, do porto e a da cidade.
A Mesquita dos Janízaros: Os turcos construíram este edifício com várias cúpulas após a conquista de Creta em 1645 e é a mais antiga construção Otomano de Creta.
No segundo dia em Chania, fomos conhecer a famosa praia Elefonísi, mas antes de chegar na praia fizemos uma parada numa simples e bonita cafeteria de beira de estrada, que tinha uma vista espetacular!
Um burrinho todo simpático veio tomar café com a gente, quando a dona do estabelecimento viu o que estava acontecendo colocou ele para fora, mas foi uma cena bem legal e tivemos boas risadas nesse local. O que mais gosto nessas viagens, é exatamente isso, achar algo diferente para contar e essa cafeteria com certeza vai ficar para sempre na memória.
Sobre a praia Elofonísi, bem eu eu nunca vi uma praia tão grande e tão cheia de turistas na Grécia! Todas as cadeiras e bares estavam ocupados! De areia fininha ,de uma água bem quentinha e transparente, a praia é realmente muito bonita!
Todas as árvores em volta da praia, sem exceção, estavam protegidas por cercas, ninguém podia sentar para pegar uma sombrinha, tinha que ficar no sol ou nos guarda-sóis.
Eu achei um pouco de exagero, pois a praia estava muito cheia, e não tinha nem uma cadeira disponível, então só tinha uma opção, ficar no sol.Curtimos um pouco a praia e depois fomos embora, era tarde e fomos para a praia do hotel, onde tínhamos onde sentar e curtir a praia sem muita aglomeração.
No terceiro dia fomos para Rethymno, uma outra região de Creta, muito bonita a vila e com uma grande história de guerra. A cidade de Rethymno está localizada no centro da ilha de Creta, entre as cidades de Chania e Heraklion. É a terceira maior cidade da ilha de Creta, e nos encanta com sua arquitetura medieval, com seus restos venezianos e turcos. Rethymno ocupa uma ampla baía, com águas rasas e também tem uma praia bem agradável no centro.
A área do porto é a parte mais animada, graças ao desenvolvimento do turismo nos últimos anos. Hoje em dia, ela mantém os elementos herdados por sua história (desde a antiguidade até agora), preservando ao mesmo tempo as características de uma cidade moderna. Você pode chegar de barco de Rethymno a partir do porto Piraeus ou de avião de Atenas para Chania e depois dirigir 60 km de Rethymno, ou de ônibus a partir de qualquer lugar de Creta.
A Fortaleza Veneziana é um dos maiores edifícios e foi construído em 1573, ocupando um lugar na cidade. Tem quatro baluartes e três portas, e dentro de seus muros encontra-se a mesquita Ibrahim Han, uma catedral originalmente veneziana.
Visitamos o Venetian Lotzia, um belo edifício do século 6 que agora abriga a Biblioteca Pública, está localizado na parte antiga da cidade, no final da rua Paleologos. O Edifício Lotzia foi o local de encontro dos senhores feudais nobres onde poderiam discutir questões relativas à economia, do comércio, da política, etc. Obras de fortificação venezianos convivem harmonicamente com as igrejas ortodoxas e católicas, mesquitas, mansões majestosas de arquitetura de Veneza, arcos e calçadas que criam uma atmosfera mágica, reminiscência do passado glorioso e turbulento da cidade.
Quarto dia: Pernoitamos em Heraklion e no dia seguinte, na parte da manhã, fomos conhecer a capital da ilha de Creta e a quinta maior cidade da Grécia. A capital oferece uma série de monumentos, museus e igrejas, incluindo o Museu Arqueológico incrivelmente renovado, onde contém os itens mais preciosos do Palácio de Knossos.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os alemães ocuparam a cidade e participou de vários movimentos de resistência contra o fascismo de Creta. Durante a Batalha de Creta, os alemães bombardearam a cidade causando danos graves, por isso ela perdeu uma parte desta riqueza. A maioria dos edifícios são pós-guerra. A fortaleza com vista para o porto, os arsenais e as paredes que cercam a cidade são período veneziano de Heraklion.
O novo se mistura com o antigo e a capital se transforma num misto de beleza única!Almoçamos e fomos conhecer a maior atração de Creta: Knossos, um palácio incrível, com mais de 3500 anos. Foi nesse sítio arqueológico que encontramos toda a história da maior ilha de Grécia.
O Palácio de Knossos é um dos principais destinos turísticos da ilha de Creta e desde o início eu sabia que era o destino essencial da nossa visita à ilha. O sítio é sem dúvida o mais visitado por turistas, logo na entrada encontramos dezenas de ônibus turísticos (especialmente alemães, franceses e britânicos), e lojas de souvenirs que vendem lembranças, mapas, litografias, cartão, ímãs e camisetas com estampas do Palácio Knossos.
O Sítio tem uma história de habitação humana muito antiga, que se iniciou com a fundação do primeiro assentamento neolítico, por volta de 7000 a.C.. Com o tempo, e através de diferentes fases, cada uma com sua dinâmica social, Knossos cresceu até que, dos séculos XIX a XVI a.C. (durante os períodos do ‘Antigo Palácio’ e do ‘Novo Palácio’) o local passou a ter não só um centro administrativo, como também uma população que variava de 5000 a 8000 pessoas.
Entre os achados mais importantes estão os afrescos que decoram as paredes. Estas pinturas sofisticadas mostram uma grande civilização que vivia com luxo. Suas vestimentas não parecem herdadas de nenhuma civilização conhecida. As vestes femininas tinham mangas bufantes, cinturas finas e saias drapeadas. Tinham uma distinta cor azul, indicando comércio com os fenícios. Os murais retratavam competições atléticas (possivelmente um ritual de maturidade) em que os jovens praticavam acrobacias no dorso de touros.
Saímos do Palácio e fomos direto para o Museu Arqueológico de Heraklion, onde se encontra várias peças do achado da época da escavação do Palácio Knossos.
O pouco que conheci de Creta, pude sentir a fantástica ilha, ela é independente de toda a Grécia, grande economia na área turística e na agricultura. Suas plantações de oliveiras perdiam de vista pelas montanhas da ilha.
Facas de todos os modelos e tamanhos são encontrados em várias lojas de artesanatos em toda a ilha de Creta.
Sabia que era pouco, afinal conhecer a maior ilha da Grécia em quatro dias, era uma tarefa impossível, mas a vontade em conhecer a famosa ilha do Minotauro era muita!
Escolhi Creta com a finalidade de conhecer apenas três lugares: O centro de Chania, a praia Elefonísi e Knossos, que fica em outra região de Creta, em Heraklio, então se eu conseguisse ver esses três lugares, para mim a viagem estaria perfeita! E conseguimos!
Fechamos nosso último dia em Creta com esse maravilhoso por do sol em Heraklio, onde pegamos o navio de volta para Atenas.Foi sem dúvida uma viagem inesquecível!
Conta o mito que o Minotauro nasceu em função de um desrespeito de seu pai ao deus dos mares, Poseidon. O rei Minos, antes de tornar-se rei de Creta, havia feito um pedido ao deus para que ele se tornasse o rei.Poseidon aceitou o pedido, porém pediu em troca que Minos sacrificasse, em sua homenagem, um lindo touro branco que sairia do mar. Ao receber o animal, o rei ficou tão impressionado com sua beleza que resolveu sacrificar um outro touro em seu lugar, esperando que o deus não percebesse.Muito bravo com a atitude do rei, Poseidon resolveu castigar o mortal e fez com que a esposa de Minos, Pasífae, se apaixonasse pelo touro. Isso não só aconteceu como também ela acabou ficando grávida do animal. Nasceu desta união o Minotauro. Desesperado e com muito medo, Minos solicitou a Dédalos que este construísse um labirinto gigante para prender a criatura. O labirinto foi construído no subsolo do palácio de Minos, na cidade de Cnossos, em Creta.Após vencer e dominar, numa guerra, os atenienses, que haviam matado Androceu (filho de Minos), o rei de Creta ordenou que fossem enviados todo ano sete rapazes e sete moças de Atenas para serem devorados pelo Minotauro.Após o terceiro ano de sacrifícios, o herói grego Teseu resolve apresentar-se voluntariamente para ir à Creta matar o Minotauro. Ao chegar à ilha, Ariadne (filha do rei Minos) apaixona-se pelo herói grego e resolve ajudá-lo, entregando-lhe um novelo de lã para que Teseu pudesse marcar o caminho na entrada e não se perder no grandioso e perigoso labirinto. Tomando todo cuidado, Teseu escondeu-se entre as paredes do labirinto e atacou o monstro de surpresa.Usou uma espada mágica, que havia ganhado de presente de Ariadne, colocando fim àquela terrível criatura. O herói ajudou a salvar outros atenienses que ainda estavam vivos dentro do labirinto. Saíram do local seguindo o caminho deixado pelo novelo de lã.
A primeira vez que ouvi falar de Minotauro foi através de Monteiro Lobato e conhecer o local onde tudo começou para mim foi muito importante. Aquela criança que morria de medo ao ver na tv o Minotauro correndo atrás de suas vítimas cresceu, mas mesmo assim continua acreditando em lendas… e que continuemos todos assim!
Palácio Knossos em 3D
Até a próxima! 🙂